Eu sempre digo que ser fotógrafa, não é só fotografar, editar foto e pronto. Isso é o mínimo e talvez o que a gente menos faz, acreditem ou não. Aqui rola de tudo. Fotografar sim, mas também estudar, aplicar, ensinar, administrar, fazer contabilidade, fazer criação, e por aí vai.
Eu não sei como vocês se organizam por aí, mas eu, por aqui, com tudo isso e mais, não consigo viver sem organização. Eu, como boa virginiana que sou, com lua em capricórnio, fico centrada sabendo que tenho um planejamento. Mas isso de modo algum quer dizer que eu não faço nada além do que está planejado. Pelo contrário, por aqui, na minha rotina pessoal e profissional, existe uma rotina, um planejamento para ser quebrado.
Mas como assim, Darci? Sendo autônoma, fotógrafa, eu não tenho certeza de como será minha próxima semana, quem dirá o próximo mês. Então, sabendo que as coisas podem mudar com um cliente que chega, um evento ou ensaio que é contratado e eu preciso estar lá, estar disponível, e isso ou aquilo precisa ser incluído no meu calendário, na minha agenda, no meu checklist, eu preciso de uma mínima organização para ser “quebrada” e para que, quando isso ou aquilo passar, eu saber de onde retomar, por onde continuar.
Mas não foi sempre assim. Esse formato de trabalhar – que não é regra, mas é o que é confortável pra mim – não foi sempre assim. Foi algo que eu fui aprendendo aos poucos. Testando, descartando o que não funciona, mantendo o que faz sentido. E o que funciona hoje, pode, brevemente ou não, ser formatado novamente. Porque sigo sempre aprendendo, criando e me adaptando, testando e moldando o meu dia a dia, a mim e o meu trabalho. Isso faz parte de conhecer e se reconhecer.
Hoje eu organizei o mês de Setembro. Mês que pra mim é tão importante, afinal, foi o mês que escolhi nascer. Obrigada, Agosto. Setembro, tô pronta pra ti!
Foto: Carol Alves